quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Recalque.

Eram noites quentes de verão e andávamos de mão entrelaçadas que procuravam por coincidências. Sentávamos nas calçadas, fumávamos dois ou três cigarros e dávamos quatro ou cinco goles no whisky disfarçado. Seguir ou prosseguir? Desfaz-se os laços. Se ela não sente eu também não posso sentir. Era uma bipolaridade de singuralidades, se contradiz. (Pro)Seguiámos por tão longe que acabávamos sempre nos perdendo. Recomeçe, entrelaçe outra vez. Passávamos horas sentadas no sofá vagando e divagando em busca de uma compreensão, que não existia e nunca iria existir, não em nossas mentes. O simples ato de tentar compreender essas coisas me entediava. Entre silêncio e delírios nos encontrávamos mais uma vez. Eu me amarrava nesses momentos, eles nunca haveriam de ser os mesmos. Ela não era do tipo que gostava dessas repetições. Então congela-se os bons. Se ela não sente eu também não vou sentir. Por esses longos caminhos, ela marcava os passos, regulava os batimentos. Reforça-se os laços com um nó. Se ela não se prende eu também não posso me prender. Entrelaçe.


Fica.