sábado, 29 de maio de 2010

Uma canção de despedida.

Por desapego, me livrei de tudo que tinha e por livrar-me, consegui me sentir livre o suficiente para sair daquele lugar por um tempo. Sem dizer uma sequer palavra, eu colocava tudo aquilo que ainda me restava em uma mochila: alguns pedaços de roupas, pedaços de sentimentos, pedaços de saudades. E por alguns segundos eu conseguia sentir a presença de todos aqueles que eu conheci alí, implorando para que eu não desaparecesse. E por alguns segundos, eu quis não desaparecer. Havia uma garota, que sempre se deitava comigo e que, brincando, eu sabia que iria sentir falta dela. Eu conseguia sentí-la se importando. Brincamos por quase um ano, e enquanto todas passavam, ela ficava pacientemente. O que mais me intrigava era, que depois de todo aquele tempo ela ainda conseguia gostar de mim. Bom, nunca me achei uma pessoa para se gostar por mais de alguns mêses, eu estava sempre envolta em caos, incertezas e insanidades. Mas por algum motivo que o universo desconhece, ela estava alí, e eu iria sentir falta de acordar naquele meu velho mau humor matinal, ao lado dela. Deixava em uma mesa de bar, meu adeus. Não foi bem do jeito que eu queria fazê-lo, mas por circunstancias duvidosas, o fiz, bem superficial. Então, deixei minhas saudades com ela, ela poderia sentir.