segunda-feira, 20 de setembro de 2010

No enquanto.

Eu, sentada nas pedras que cercavam aquela praia, deserta pela falta. Falta esta, que refletia os últimos raios de pôr-do-sol que eu veria por ali. Eu, caminhava inundando meus sapatos de areia, os passos tornavam-se mais pesados, mas era hora de partir. Me despedia dos segundos durante horas, me despedia das pessoas com o silêncio. Aos poucos me deslocava com dificuldade, minhas pernas se negavam a ir, não eram só minhas pernas. A noite caia e na minha mochila eu colecionava tudo que não podia levar. Era hora de comprar aquela garrafa etílica, velha companheira, e entrar no primeiro ônibus em direção à lugar nenhum, foi quando me flagrei voltando para casa. Quase vinte-quatro horas depois, tudo o que me divertiu na ida, me entediou e desacelerou o tempo na volta. Eu descia do terceiro ônibus, meio cambaleante de bebida, de estradas e de tempo. Tudo que eu precisava naquele momento era buscar as minhas saudades que deixei com algumas pessoas. Com um andar desorientado, tentei me orientar para o caminho certo, me perdi algumas boas vezes, mas depois de uma hora eu já espreitava aquela minha velha rua coberta de grafite e perdição, ali estava minha escadaria preferida. Tirei a mochila das costas, meu fardo. É, eu, estava de volta.