terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Trinta de Fevereiro.

Os meses passavam e eu já não contava com o ócio do tempo para sentar e relatar os acontecimentos borrados dos meus dias, agora, contados. Em introspecção, eu fumava um cigarro e apenas lembrava; queria escrever, grafo-grafar ou ao menos (re) compor. Mas nunca o fazia. Chega de clichês, nos últimos sete meses eu havia ajoelhado e rezado para não sentir o que eu sentia naquele ponto. Montei armaduras que me prometiam vencer guerras, mas sucumbiram ao primeiro bater mais forte do coração. Eu já sabia que desde o primeiro momento ela já havia me encantado de tal jeito que me fez sentir saudade nos primeiros cinco minutos de falta, mas, em nome da boêmia, não quis acreditar. Mas a intensidade dos momentos gargalhavam e zombavam de tais encontros que deixavam de ser casuais, ela me olhava de tal maneira que acelerava, era mais delicioso que qualquer dose de anfetamina na veia; o tempo passava, mas a sensação continuava por dias; a intensidade do olhar, a surpresa do inesperado e o impacto do toque, o mais intenso do toque. E era como eu me sentia desde a primeira vez quando todas as circunstâncias e acasos apontaram para o lugar certo. Acaso? Talvez. Mas talvez não seja bem assim...