terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Aquela que sempre ia embora.

Por algumas semanas a fio, me engraçei com uma certa morena radiante, que eu havia conhecido em ocasião que não conseguia me recordar, mas sabia que de alguma forma já a tinha notado algumas vezes, ela já havia passado por mim e até mesmo sentado em mesmas mesas de bar para trocar doses de destilados. Tinhamos alguns conhecidos em comum e depois de alguns dias acabei me encantando por ela. Caminhávamos por aquele centro nublado e todas aquelas pessoas que passavam com pressa ao nosso redor, não nos apressava. Começamos com casualidades, ela não costumava a demonstrar muito interesse e nossos interesses em comum eram entorpecentes e sexo, parecia a combinação perfeita. Mas fomos mais além, ela me encantava de um jeito que eu não conseguia acreditar, e eu ainda era adepta ao recalque. Quando nos encontrávamos, até o resto de cocaina parecia tentador, ou era apenas culpa dos excessos, mas eu já não ligava mais para o que era excessivo. Mas os riscos eram falhos, tanto quanto eu. Eu não queria deixá-la, mas ela tinha pressa ao amanhecer, desaparecia como cinzas de cigarro barato, e eu a pensava durante quase todo o resto do dia. Talvez ela não me aturasse durante muito tempo, e eu ainda era adepta ao silêncio. Eu sentava naquele sofá, buscava as doses que ainda me restavam e a esperava voltar, mas ela nem sempre o fazia. Sinta vontade de ficar.

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