terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O que acontece em Tihuana, fica em Tihuana.

Eram 6 horas da manhã, e eu mal conseguia abrir os olhos. Porém sem ainda abri-los, me vi praticamente desmaiada sobre os assentos do vagão, abrançando com muita carência a então vazia garrafa de whisky, Jack Daniels 1969, vinda diretamente do contrabando mexicano. Ouvi um rebuliço, uma freada brusca, um sino e passos, de todos os tipos, apressados, calmos, coerentes, padronizados, marchas e até passos de bengalas . Abri os olhos, procurei meu maço vermelho, tentei levantar e meio cambaleante me dirigi à saída. Havia um homem, meio sujo, meio louco, meio calçado, e pricipalmente de meias palavras, escorado na primeira pilastra da platarforma.
Fui indagar do meu paradeiro, e sem procurar puxar algum tipo de diálogo com ele, perguntei-o diretamente aonde eu estava. Ele sorriu, me olhou de cima a baixo e disse calmamente:

-Você está no inferno, garota. Você está no inferno. - repetiu.

Se o céu é o limite, do inferno eu não devo passar, pensei comigo. Acendi o cigarro, coloquei a guitarra no ombro e começei a andar, na direção oposta a que todos iam .

Um comentário:

  1. por um breve momento pensei que pudesse virar a página pra continuar o próximo capítulo, hahaha.

    nossa, tem muita cara de livro e dos bons. bjspodecontinuarescrevendo, depois eu pego mando pruma editora e fico rica. (6) hahahaha.

    becitos, minha rebel girl *:

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