segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Por Enquanto.

Eu havia perdia a noção dos dias, das horas e dos nossos próprios passos. Tentávamos achar o caminho de casa, sem ao menos saber aonde estávamos. Latência. Precisávamos de mais algumas doses para conseguir voltar a pensar. Entramos em um pub cintilante, irônicamente em uma esquina escura e sinistra, extasiava. A primeira dose descia tão aveludada que chegava a fazer desenhos dentro de nossos corpos sedentos e abstinentes. Confortava. Havia uma loira vistosa sentada no balcão, que me encarava com avareza ou talvez encarasse minhas doses transbordantes que desapareciam em um piscar de olhos. Eu trocava tragos entre olhares. Nunca gostei muito de loiras, mas sempre acabava com uma. Era aquele velho ciclo vicioso de novo. Confortava. Entre momentos em flashes, eu acordei no dia seguinte ao lado dela. Eu já imaginava que isso iria acontecer, sempre acontecia. E mais uma vez, eu estava perdida em algum lugar daquela cidade que eu não lembrava. Perdida nas minhas memórias, ou na falta delas. Mas na verdade, eu nunca havia me achado por completo. Eu tentei sair sem que ela percebesse, e para não perder o costume das minhas rotinas, nunca o conseguia com sucesso. Minhas ressacas pareciam terem se acumulado e minha cabeça se tornara uma bomba-relógio. Ela se preocupou. Não me preocupo, não me culpo. Com alguns pontos de referências vagos, ela conseguiu me levar para casa. Ela sim parecia conhecer aquele inferno. Em segundos planos, eu havia me achado, descanse em paz.

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