sexta-feira, 26 de junho de 2009

Fluoxetina.

Fluoxetina para a alma, fluoxetina para a dor. Um sorriso dopado pode mudar todo um dia. As cartelas se esvaziavam com o passar das horas, eu me esvaziava com o passar dos segundos. Eu procurava conforto nas fortes doses de whisky com lágrimas. Eu procurava pedaços, restos, que já não mais restavam. Já era tarde demais para ficar bem e ainda era muito cedo para voltar para casa. E eu aproveitava cada segundo, antes que tudo virasse uma tragédia. Era questão de tempo, e eu tentava retardá-lo o máximo que eu pudesse, mas era inevitável, tudo mudava e eu ficava para trás. Fluoxetina para parar o tempo, fluoxetina para aguentar. Um sorriso dopado pode enganar. Eu não queria ser aquela que teria que preencher o silêncio, me assustava, pois ele me dizia a verdade. E aquelas velhas conversas iam e vinham na minha cabeça, assim como os fortes tragos no filtro vermelho. Elas me diziam que era o fim. As notas do meu violão desafinavam e eu precisava curar aquela abstinência que me preenchia. Fluoxetina para minhas abstinências dela, fluoxetina para me enganar.

2 comentários:

  1. ...no fim das contas... a fluoxetina te salvou?
    tenho uma idéia de final, mas ela é minha...gosto de saber da sua...

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  2. fluoxetina nunca me deu efeito algum...queria sentir a sensação que vc sentiu...talvez funcionasse da mesma maneira

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