quinta-feira, 24 de março de 2011

Carnival.

Era época de festas e a cidade se aquecia para receber todos os tipos de pessoas que se alegravam com aquela ocasião. Eu não era uma delas e permanecia reclusa na minha varanda, dançando com minhas garrafas e meu maço de cigarros que cheiravam a fim de festa. Eu espiava conhecidos, desconhecidos e semi-conhecidos esparramados sobre o chão daquele apartamento, pessoas que eu nunca nem havia partilhado um gole de histórias ébrias. Foi quando alguém teve algum tipo de insight e sugeriu que partíssemos, para qualquer lugar, em qualquer estrada, na direção oposta àquela cidade que nos próximos dias se tornaria o pior pesadelo daqueles que não se adaptavam ao Carnaval, máscaras. Foi como um sino de alerta, quando todos se levantaram e catavam restos de cigarros, bebidas e pontas de marijuana para colocar na mochila. Viramos o sofá em busca de moedas ou alguma coisa que o valha. Desviei o olhar para minha garota, que espreitava na porta do quarto, procurando um sentido para toda aquela comoção. Coloquei as poucas moedas que achei no bolso e caminhei em direção a ela.
- Eu tenho uma passagem para qualquer lugar - eu disse.
Ela, que desconfiava de tudo, me olhou meio de lado, esbanjou um meio sorriso e foi em direção ao banheiro. Ela gostava de me deixar em situações em que eu não entendia nada. Pouco depois ela voltou, quase que pronta e me disse:
- Está esperando o que? - colocando a mochila nas costa e indo em direção à porta.
Se eu não aparecesse nas escadarias em 5 minutos eu sabia que ela iria sem mim. Juntei rapidamente as bitucas de cigarros e as garrafas de afrodisiacos, destilados e amnésicos e desci, mais uma vez, rumando em direção do nascer do sol. Partimos.

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