segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bodas de Nada.

Chegava o fim do outono para levar consigo o fim de um relacionamento, a queda das folhas, secas, representavam aquele nosso último momento; entre um desmaio e outro, quando eu nem havia ainda conseguido ficar sóbria, foram poucas palavras e muito silêncio e no fim nos senti desconhecidas, e foi a ultima vez que senti. Porém, quando toda calmaria anuncia uma tempestade, eu pegava carona com os ventos de fim de outono, que levavam as folhas, anunciando o gélido inverno cinza. Naquela mesma noite eu esquecia de tudo em um porre comemorativo, era noite de festa na cidade, e eu me perdia mais uma vez, cada vez mais distante. Ao pensar no que a semana traria, eu não tinha nenhuma intenção de manter a dignidade e a postura que nunca mantive, passei dia a dia de cama em cama e não me recordo de um sequer momento de sanidade. Quando me dei por mim, depois de todos aqueles dias que desapareceram, vi que tudo o que tinha restado eram nossas músicas em um toca-fitas; elas ainda estavam tocando.

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