quarta-feira, 8 de junho de 2011

Borderline.

Eu tinha um pedaço de mim que possuía instabilidade emocional, sempre se despedaçava por tempos em tempos. Me amava incondicionalmente em um dia e no outro se consumia de rancor, nem mesmo importava o que eu havia feito, os motivos eram sempre diferentes. Ás vezes eu saia pelas escadarias do velho edifício catando pedaços, ás vezes passava dias procurando, ela esvaia facilmente. Mas o sentimento de abandono batia rapidamente e refletia na campainha da minha porta. Trazia consigo problemas sem soluções para ocupar minha cabeça, tomar meu tempo e me consumir para sumir em alguns dias, me culpando pela falta de solução. Por mais passional que fosse a ilusão da saudade, passava em pouco tempo. Aquele pedaço se desprendia e arrumava outros corpos para passar os dias, para depois retornar buscando conforto de arrependimentos , sem culpa, me culpa. Entorpecida, dormia entre meus braços e acordava murmurando histórias passadas, dizendo que precisava de ir embora, tomava um café e acendia um filtro vermelho. Se confortava no sofá e voltava a murmurar sobre como nos fazíamos mal. Dizia que me ama, um beijo, tchau.

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