sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Manhã Seguinte.

São raros aqueles momentos de sobriedade e eu, naquele ponto, tentava aproveitá-los ao máximo. Eu vivia entorpecida de anfetaminas, dopaminas, fluoxicetinas e todos os outros tipos de derivados que se podia imaginar. E foi aproveitando dos meus minutos de sobriedade, que me flagrei pensando em um descanso, para meu corpo, minha mente e meu tédio. Sentada no sofá, acendi um cigarro e pensei em sexo durante minutos que pareciam horas, o que para mim já era algo novo, pois antes eu não conseguia pensá-lo, apenas vivenciá-lo. Ao fim da divagação conclui que abstinência sexual não é para mim, decanso para a alma, não para o corpo. Acendia mais um cigarro, divagava e tragava fervorosamente. Eu gostava de sexo alucinante, precisava dos meus lisérgicos. Conclui que abstinência de adições antes, durante ou depois do sexo não era para mim. Descanso para o tédio, não para a mente. Acendia um outro cigarro, eu nunca fui de lembrar nomes e traços, acabei me desapegando de detalhes, lembrar era sempre a parte mais difícil. Resolvi que precisaria ainda das minhas garrafas de whisky temperadas com dopaminas, garantia a amnésia no dia seguinte. Por fim era tudo um ciclo vicioso, descanso quando eu morrer. Sexo mata.

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