quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Mesmice.

De volta às noites de inverno daquela cidade que eu já poderia chamar de minha. Era a volta ao caos que a mesmice trazia, mesmo procurando novos lugares, eu sempre acabava com as mesmas histórias. Não tinha muito tempo que eu havia saído de um relacionamento e conclui que a melhor solução seria de conhecer novas pessoas.Tanto meus relacionamentos amorosos quanto os pessoais andavam de mal a pior e ás vezes eu sentava em pubs e iniciava conversas aleatórias com qualquer um, era o conforto da solidão. Ás vezes não necessitava nem de puxar alguma conversa, eu apenas trocava olhares, trocava sorrisos amarelos, entrava em algum banheiro com uma expressão convidativa, quase sempre dava certo e mais uma vez eu acordava em lugares desconhecidos ou não sabia como havia voltado para casa. Eram, ainda, as mesma histórias. Em uma dessas noites de mesmo fim, eu olhava intensamente para uma garota, sorrindo, flertando, ela notava, mas parecia não ter coragem para algum outro movimento, ou estava apenas assustada com aquela bebum à encarando. Depois de um tempo quando notei que não ia dar em nada, me levantei, com um grupo de pessoas que se sentava ali comigo e caminhava lentamente rumo a outro qualquer lugar. Ela me cutucou por trás e me entregou um papel com o endereço de um pub onde eu poderia achá-la mais tarde, eu sorri, a convidei para se perder comigo, mas ela insistiu que eu fosse para aquele pub no centro da cidade. Eu neguei e continuei meu caminho. Mais tarde, naquela mesma noite, após várias doses e discussões filosóficas, eu me flagrei com aquela vontade de aparecer, cambaleando, no pub do centro; e como eu nunca fui só de ficar na vontade, não hesitei em ir. Chegando lá, a esperei pacientemente e quando ela me espiou, ela soltou um sorriso e me atacou com avareza, ou seria luxúria, eu não saberia dizer. Não trocamos nem meias palavras, e ela me perguntava: "você costuma a fazer isso sempre?" - eu apenas respondia com sorrisos. No dia seguinte, eu acordei procurando respostas para aquela pergunta: não, não faço isso sempre.

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