terça-feira, 27 de outubro de 2015

Inconstans.antis

Que eu tenho uma queda pela loucura, já não é novidade para mim ou qualquer pessoa que me conheça, o grande problema é quando a loucura tem uma queda por você. Estive dedicando um tempo para meditações e tentando cuidar de mim, tentando evitar contato com tudo que me fazia distanciar de mim: amores, drogas e pensar demais. Não entrei em celibato ou algo do tipo, só andava evitando tudo que durasse mais do que doze horas. Também não fiquei careta, mas mantinha minha sintonia apenas com o álcool, e ainda sim, em doses homeopáticas. A partir daqui, o enredo da história parece se repetir: conheci uma menina em uma dessas noites, não mais tão loucas, e o que tinha prazo de validade de doze horas acabou se estendendo. Ela era linda, interessante, inteligente, eu até diria que ficaria bem na minha cama por dias sem prazo, quiçá na minha vida. Mas ela era também a definição de inconstância, consigo imaginar seu nome nesta mesma descrição do dicionário.  Ela me queria ás vezes, quase nunca, mas sempre deixava um pergaminho de esperança em frente minha porta. Eu o abria, lia, dizia para mim mesma que não a queria mais, mas ao cair da noite lá estava eu batendo em sua porta e ouvindo desculpas, que jamais antes havia escutado, e olha que eu era mestre em desculpas para fugir de relações. Eu virava as costas, virava a dose de whisky, virava a noite em outras cenas, mas quando chegava em casa, lá estava o pergaminho em minha porta e como se o dia passado fosse um borrão, meu coração disparava e eu dizia "hoje não". 

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