quinta-feira, 27 de março de 2008

Garota Tequila.

Foi no começo daquele Agosto chuvoso, quando a falta de dinheiro, de expectativas e de sobriedade me fizeram arrumar um emprego, salário mínimo e uma mesa de dança, em uma casa noturna que eu frequentava de 7 a 8 vezes por semana. Casa noturna era um apelido luxuoso, era apenas um buraco de esquina, que abria no começo da tarde e só fechava quando o último mortal sucumbisse lá dentro, o que em algumas noites não demorava muito para acontecer. O palco de 1 metro abrigava sonhos de 15 minutos de fama. E entre solos de rock'n roll e distorsões de punk-rock, eu servia Bloody-Mary com dose dupla de vodca à aquela legião de jovens com indentidade adulterada e modificada. A apenas alguns quarteirões do meu apartamento, que eu já tinha a audácia de chamar de lar, aquele buraco culminava de extâse(ecstasy), de drogas pesadas e de má sorte. Em uma das noites que eu me corrompia(e corrompia) trabalhando naquele bar, uma baterista promissora de uma banda decadente, sentou-se, apoiou-se no balcão e para a minha surpresa pediu algumas doses de tequila, as meninas dalí não costumavam a beber destilados puros. Era o intervalo entre duas bandas e os ruídos ensurdecedores tomavam conta do lugar. Ela virou uma dose. Pediu mais uma. Virou duas doses. Ela reluziu e eu quis ela na minha cama de imediato. Desafiei:

- Se eu beber mais doses do que você em 1 minuto, vamos para a minha casa. Se você beber mais doses do que eu em 1 minuto, vamos para a sua. Topa? - sorri, já colocando as doses em cada copo.

Ela sorriu de volta e começou a virar. 1, 2, 3...7 doses em 1 minuto.

- Se eu ganhar, vamos para minha casa e você vai fazer o que eu quizer. - disse com toda a convicção de uma vitória.

Sorri e começei a virar. 1, 2, 3...as coisas começaram a girar...6 doses em 1 minuto e bâbada no final. Ela esnobava, e eu gostava.




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