segunda-feira, 7 de abril de 2008

(L)ucy in the (S)ky with (D)iamonds.

Era uma dessas madrugadas de quintas-feiras entorpecentes, e eu trabalhava como uma condenada do(ao) inferno. O LSD queimava no meu corpo durante todo o expediente, e eu me divertia mais do que nunca nessas noites. As paredes derretiam, as pessoas distorciam e as notas musicais pairavam no vácuo. Eu piscava e divagava, tudo ficava mais devagar, como se eu tivesse um controle remoto e colocasse tudo em câmera lenta. Eu piscava e alisava o balcão, ele ia e voltava centenas de vezes em poucos segundos. Eu demorava de 2 a 3 minutos para começar a conseguir entender o que me pediam, mas a maioria das pessoas desistia de esperar no primeiro minuto, e eu me perdia mais uma vez naquele universo de raios e luzes. A conclusão foi que eu consegui servir 3 drinks durante toda a noite, efetivamente. Porém 2 deles não correspondiam ao que tinham me pedido. Em vez de uma cuba libre, eu só consegui chegar até a parte da vodca pura e em vez de um Bloody Mary, eu consegui apenas colocar poucas gotas de whisky, que causaram certa abstração, e parei para vê-las cair em lentidão particular. E depois disso, tudo o que consegui fazer foi bebê-las. Havia uma morena linda sentada no meu balcão levemente derretido, e ela com bastante intimidade, me convidou para um sexo casual. Pelo menos foi o que eu entendi, ou o que na verdade eu quis entender. Meu corpo queria, mas minha mente não dava condições. Fomos para a casa dela, e ao pegar na mão dela, pareceu como se sua pele houvesse se acoplado à minha. Naquele final de noite eu não fiz sexo, ela estava nua deitada na cama, e tudo o que eu precisei fazer foi explorar todas aquelas curvas perigosas com a mera ponta dos dedos, as texturas que se formavam eram viciantes. Foi o ápice do prazer insano para mim, o ápice do prazer carnal para ela. Quem precisa de sexo quando se tem LSD?

Um comentário:

  1. Os tempos bons e os tempos ruins nunca acabam para você,não é mesmo?

    é um paradoxo.

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